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Descamação na pele pode ser psoríase ou eczema; entenda a diferença

17 de março de 2020 | escrito por

Vermelhidão, uma coceira intensa e descamação são sintomas comuns de diversas doenças de pele. Mas, de acordo com a dermatologista Damaris Ortolan, especialista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), 90% dos casos são provocados por dois tipos de problema: a psoríase e o eczema. No entanto, por serem visivelmente parecidos, eles podem demorar a ser diagnosticados corretamente, prolongando o incômodo e o sofrimento.

Isso porque, embora não sejam contagiosas, essas doenças deixam parte da pele exposta —como mãos e braços— descamando, prejudicando a autoestima da pessoa. “Elas são bastante estigmatizantes e, quando afetam crianças, podem torná-las alvo de bullying na escola”, afirma Samuel Henrique Mandelbaum, coordenador do serviço de dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos (SP).

Ele explica que essas doenças geralmente afetam o sistema de renovação da pele —e, por isso, o aspecto descamativo das lesões. “Normalmente, as células novas ‘sobem’ para a superfície no processo de troca, que acontece a cada 24, até 30 dias”, explica. “Essas doenças, no entanto, provocam uma alteração nesse processo, e a pele acaba se formando de um jeito anormal”, diz.

O que é psoríase?

No caso da psoríase, por exemplo, esse processo de troca da pele acontece com maior frequência. Resultado: há a formação de placas grossas e avermelhadas na pele, com descamação, sensação de ardor e muita coceira.

As lesões podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns nos cotovelos, nos joelhos e no couro cabeludo. É uma doença inflamatória, autoimune e considerada crônica, ou seja, não tem cura —mas pode ser controlada, melhorando a qualidade de vida da pessoa.

As causas são desconhecidas e ela é multifatorial: seu surgimento tem um componente hereditário importante, e pessoas predispostas acabam desenvolvendo a doença a partir de gatilhos como estresse emocional, trauma físico, consumo excessivo de álcool, tabagismo e ressecamento da pele.

De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), estima-se que 1 a 3% da população mundial conviva com o problema, sendo que, só no Brasil, ela acomete cerca de cinco milhões de pessoas.

Embora seja uma doença que se manifeste na pele, a psoríase pode ter outras consequências, já que a inflamação pode atingir as articulações, provocando a chamada artrite psoriática. “Além disso, ela está frequentemente associada a outros problemas de saúde, como pressão alta, colesterol alterado e síndrome metabólica”, afirma Ortolan.

O que é eczema?

Por outro lado, o eczema é um tipo de inflamação da pele provocado por outras doenças, como as dermatites e a disidrose. Na versão aguda, ele é caracterizado por lesões semelhantes a bolinhas de água que coçam bastante e se rompem, caracterizando a fase subaguda. Já na fase crônica, essas lesões começam a secar, formando crostas na pele que descamam e aumentam sua espessura.

As dermatites, por sua vez, são subdivididas em alguns tipos. O eczema provocado pela dermatite de contato é bastante comum e provocado pelo contato com um material que provoque uma reação alérgica (como níquel ou látex) ou ainda irritante (mas não necessariamente alérgica, como um ácido, por exemplo). Geralmente acomete áreas como mãos, rosto, pescoço e pés.

Já o eczema atópico ou dermatite atópica é um dos mais complexos, pois geralmente não tem causa aparente e envolve causas genéticas. “Esse tipo está frequentemente associado à asma e à rinite e provoca uma coceira bastante intensa”, explica Ortolan. Nesse caso, as lesões descamativas surgem em áreas específicas do corpo, como rosto e dobras dos braços e das pernas.

Entendendo as diferenças

O fato de tanto o eczema quanto a psoríase surgirem como lesões avermelhadas e inflamatórias acaba dificultando o diagnóstico. Além disso, muitos pacientes acabam procurando o médico apenas na fase crônica, ou seja, quando a pele está descamando, tornando os dois quadros ainda mais parecidos.

Mas alguns fatores ajudam a identificar corretamente as doenças. As lesões causadas pela dermatite, por exemplo, costumam manter-se dentro de uma linha imaginária, enquanto as da psoríase comumente extravasam essa área.

Faixa etária, evolução clínica do quadro e distribuição das lesões pelo corpo também são indicadores levados em consideração —a psoríase, por exemplo, acomete a parte externa do cotovelo, enquanto a dermatite ocorre geralmente na dobra dele.

A partir do diagnóstico correto, é hora de determinar o melhor tratamento. No caso da psoríase, o uso de pomadas específicas e a fototerapia vão ajudar no controle das lesões. Já no caso das dermatites, é possível usar cremes com corticoides e, no caso de reações muito agressivas, é recomendado o uso de medicamentos via oral também. Todos eles devem ser feitos apenas com acompanhamento médico.

Ortolan lembra ainda que, especialmente nesses casos, os cuidados básicos com a pele devem ser levados a sério e considerados parte do tratamento. “Evitar banho quente, usar filtro solar e manter a pele sempre hidratada mantém a barreira cutânea saudável, melhorando o aspecto do tecido e ajudando na sua restauração”, afirma.

Fonte: Viva Bem – Uol

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