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Que curativo se deve usar no tratamento do pé diabético?
19 de novembro de 2019 | escrito por Diego Calheiros
As coberturas, ou curativos, como são chamadas popularmente, são uma parte importante do tratamento do pé diabético. A ideia é que elas ajudem a aliviar os sintomas, a proteger a ferida e a acelerar a cicatrização. Quando se trata de úlcera do pé diabético, saiba: nenhum curativo consegue oferecer tudo isso ao mesmo tempo, diz um estudo publicado na revista Clinical Infectious Diseases.
Cada uma das coberturas existentes no mercado tem prós e contras. A escolha por uma ou por outra vai depender do seu médico ou profissional de saúde. Ele vai levar em conta vários fatores. Custo é um deles. O outro são as características da própria úlcera diabética.
Geralmente, costuma drenar uma grande quantidade de fluido de feridas infeccionadas, ou seja, elas produzem grande volume de exsudato. Esse fluido precisa ser controlado para que a pele no entorno da lesão não fique macerada.
A cobertura precisa trazer conforto para o doente e ajudar a aliviar – ou pelo menos, não piorar – a dor, principalmente na hora da troca, que costuma ser o momento mais delicado. Além disso, ela precisa ajudar no controle da infecção.
Como nenhuma cobertura atende a todos esses requisitos, veja quais são as vantagens e desvantagens de cada uma delas, de acordo com o estudo:
1. Não-aderentes
Costumam ser bastante usadas no tratamento do pé diabético. Por serem não-aderentes, a ideia é que não causem qualquer trauma. Embora não tenham sido pensadas para o controle da infecção, podem ser usadas juntamente com pomadas ou cremes antibióticos.
2. Hidrocolóides
São a segunda escolha mais popular para todos os tipos de úlcera do pé diabético, de acordo com o estudo. Elas ajudam a manter o exsudato sob o curativo e a hidratar a ferida, porém isso pode levar à maceração da pele que circunda a lesão.
As coberturas de hidrocolóides podem ser mantidas por até uma semana antes da troca, porém, como é preciso observar a evolução da úlcera frequentemente, talvez não sejam a melhor opção. Portanto, talvez elas sejam a melhor escolha na prevenção e não no tratamento de uma ferida já infeccionada.
3. Espuma
Também costumam estar entre as mais escolhidas no tratamento do pé diabético, pois têm alto poder de absorver o exsudato, além de serem fáceis de cortar e de se adaptarem bem a qualquer contorno do corpo. Porém, ainda não há muitas evidências de seu uso em feridas do pé diabético infeccionadas, além de poderem “grudar” na lesão.
4. Alginato
Há vários tipos de cobertura com alginato no mercado. São bastante absorventes, o que ajuda a controlar o alto volume de exsudato da ferida, além de não machucarem na hora da troca, por isso são chamados de atraumáticos.
Algumas pesquisas mostram que ele ajuda a inibir o crescimento de bactérias, por isso podem ser uma boa opção para feridas infeccionadas, desde que ele seja trocado frequentemente.
Fonte: Suprevida