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Se queimou? Saiba o que deve ser feito neste tipo de acidente
26 de junho de 2019 | escrito por Diego Calheiros
No Brasil, mais de um milhão de pessoas são vítimas de queimadura. Esta também é a segunda maior causa de morte entre crianças de um a quatro anos, segundo o Ministério da Saúde. Para conscientizar a população sobre o tema, Luiz Philipe Molina, cirurgião plástico especializado em queimaduras do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho, explica o que fazer para minimizar risco de infecções e evitar sequelas.
Quando o assunto é queimadura não faltam receitas caseiras “milagrosas” como dicas para reduzir a dor e estimular cicatrização. Mas o problema deve ser levado a sério. O tratamento adequado pode evitar infecções e problemas como perda de parte da elasticidade do local atingido. “Tratamentos caseiros tipo pasta de dente aplicada no ferimento podem piorar a lesão, aumentar o risco de infecção e até atrasar o processo de cicatrização”, alerta Molina. Por isso, buscar ajuda médica é fundamental.
Queimaduras de primeiro grau (leve)
É aquela que atinge a camada superficial da pele e causa apenas vermelhidão e ardência no local. Na maioria dos casos, é motivada por um contato rápido com fogo, objeto muito quente ou exposição prolongada ao sol.
“O que fazer: Resfriar a região queimada com soro fisiológico ou água fria em abundância, até amenizar a dor. Se a dor persistir, procurar um médico.”
Queimaduras de segundo grau (moderada)
“Essa pode ser mais dolorosa porque atinge a camada intermediária da pele. Costuma apresentar bolhas, causadas pelo aumento repentino de temperatura na região.”
O médico ainda dá as instruções do que fazer:
1- É necessário também resfriar a área afetada com soro fisiológico ou água fria corrente em abundância. Nunca lavar com álcool, pois vai sensibilizar ainda mais o ferimento;
2- Nunca estoure as bolhas nem retire a pele daquelas que estouraram. Isso pode danificar ainda mais os tecidos, que estão em regeneração. Deixe esta conduta para o médico especialista;
3- Leve o ferido para um hospital. Será verificado se há necessidade de fazer um curativo, e o médico passará o tratamento mais adequado.
Queimaduras de terceiro grau (grave)
Ocorre quando há lesão em tecidos profundos, podendo até mesmo comprometer nervos, músculos e estruturas ósseas, dependendo da gravidade. São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas e indolores. Se a pessoa queimada não sente dor, a sensibilidade já foi totalmente perdida por conta da gravidade do problema.
“Esse nível de queimadura causa deformidades na pele que são tratadas com intervenção cirúrgica e aplicação de enxertos de pele. Neste caso, retira-se pele saudável de outra região do corpo para ser aplicada no local doente.”
Veja o que fazer:
“Nesse caso, a primeira ação é levar o ferido para um hospital, mas antes, retire anéis, pulseiras, relógios ou qualquer objeto que possa ficar preso com o inchaço da região,pois apenas o médico poderá indicar a melhor opção terapêutica. É importante salientar, porém, que tudo depende de bom senso: uma queimadura de segundo grau em grande parte do corpo merece tanta atenção quanto uma lesão de terceiro grau de pequeno porte”, alerta Molina.